terça-feira, 22 de setembro de 2009

A árvore dos abraços

“A árvore dos abraços”

(resumo para dramatização - do livro de José Jorge Letria)


Era uma vez uma árvore silenciosa e discreta, que gostava muito de crianças e de pássaros.

Era uma árvore igual a muitas outras e sem histórias para contar.

Um dia, conheceu uma mãe e um menino que sob a sua copa vieram contar histórias de encantar.

Mas, uma tarde, o menino veio sozinho e sentou-se debaixo da sua copa.

Tinha escolhido aquele sítio para chorar a ausência da mãe, que a doença não poupara.

A árvore quis chorar com ele mas não tinha lágrimas.

Então, estendeu em direcção ao menino os seus ramos mais baixos e apertou-o num enorme abraço.

O menino, sentindo-se protegido, adormeceu, como se estivesse no colo da mãe.

O menino deixou de chorar e de ter pesadelos, por isso decidiu que a árvore seria agora a sua mãe.

Quando a história chegou à cidade, vieram os curiosos, os jornalistas e as televisões.

A história espalhou-se de tal forma que as pessoas solitárias vinham sentar-se debaixo da árvore para serem abraçadas.

Certo dia, vieram homens que queriam derrubar a árvore para construírem uma urbanização.

Mas, todas as pessoas que tinham recebido o consolo dos abraços da árvore, formaram uma muralha humana e impediram o derrube da velha amiga.

A notícia espalhou-se e criou-se um grande negócio à volta da árvore.

Começaram a vender postais, fotografias e até pedaços da casca da árvore dentro de um frasquinho de vidro!

Cansada de tanto falatório, a árvore, sem que ninguém soubesse como nem porquê, secou e morreu. Morreu de pé!

Os seus amigos vieram de muitos lugares para lhe dizerem adeus.

Então, uma nuvem de pássaros ergueu no ar uma grinalda das suas folhas e hastes mais finas.

Acaba assim a história da árvore dos abraços, que nos deu o mais raro dos frutos: o amor.

O amor, que ajuda a vencer as agruras da vida e os sofrimentos do mundo.

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